Informar! Uma tarefa árdua
Quando amamos o que fazemos não medimos esforços para fazer da melhor forma.

Quando amamos o que fazemos não medimos esforços para fazer da melhor forma. Dedicamos nossas vidas e nossa energia ao objetivo que buscamos. Em nosso caso, dos jornalistas, o objetivo é o de informar, mas essa palavra tem por trás dela uma série de outras.
Para informar, primeiro é preciso se despir de todo orgulho e saber que sua opinião pouco importa, o que de fato importa é descrever a verdade e tão somente ela. Julgar é uma palavra que não pode existir no dicionário do jornalista. Não julgamos, apena mostramos os fatos para que a sociedade faça a leitura deles e possa emitir sua opinião. Informar exige ainda um exercício diário em busca da verdade, se ela não aparece de alguma maneira nos textos, gravações e entrevistas o trabalho não está sendo bem executado. Informar significa abrir mão também de qualquer benefício que não venha pelo reconhecimento do seu trabalho. Receber financeiramente para informar isso ou aquilo, da forma como alguém desejar, não é informar, é manipular a verdade. Atualmente informar significa também se indispor, ser contestado, ameaçado, processado. Significa que você “NÃO PODE!”, assim mesmo. Não pode informar sem documento assinado em cartório, por que senão você pode ser contestado, mesmo colhendo da boca da fonte as palavras. Se não estiver gravado, registrado, carimbado, de nada vale a palavra do jornalista, que passa a ser tratado como mentiroso. Isso vai até as últimas consequências e aí ser jornalista se torna de uma ingratidão tamanha. Existem aqueles que ficam nas esquinas, tratando como desprezíveis os que têm a coragem de botar o dedo na ferida, de jogar no meio da rua a sujeira que estava escondida debaixo do tapete. Sim Existem! E Não são poucos, os mesmos que batem nas costas quando a “notícia lhes interessa”. Liberdade de expressão só existe nesse país quando é por interesse. Senão, ela vira contra você e te faz engolir com juros e correção monetária tudo o que disse. O Grupo Estadão está Desde 31 de julho de 2009 impedido, por decisão judicial, de publicar reportagens que envolvam o filho do ex-presidente Sarney. Liberdade de Expressão para quem mesmo? Por outro lado, informar ajuda a mãe que precisa de tratamento para seu filho. Ajuda o “Zé”, lá da “Caixa Prego”, que não tem uma chinela pra ir no órgão público dizer que sua rua é uma VERGONHA e que ela precisar ser arrumada. Como se isso fosse um favor do poder público. Informar ajuda, ou deveria ajudar o eleitor a não cometer a burrada de votar mais uma vez no cidadão que fez muitas besteiras. Informar ajuda aquela família que passa frio e fome a ter seu grito tímido e guardado de fraqueza na garganta ter uma força de derrubar quarteirão. Não sou reacionário, de protestar, criar celeumas, mas sou filho de trabalhadores do campo que me ensinaram o valor do trabalho e que devemos ser justos e honestos. Me incomoda ver esses valores, muito bem aplicados a prática do jornalismo, sendo pisoteados nos dias atuais. Por isso, é que não desisto de informar. Por que enquanto informar for igual a ajudar, esclarecer, dar voz e tantos outros significados, as vozes de tantos e tantos jornalistas não se calarão. Meu respeito e gratidão aos jornalistas sérios que me deram esta base, mesmo aqueles aos quais não pude apertar a mão. Por fim, acredito que o jornalismo só tem valor a sociedade, quando esta dá valor a ele!
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