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Joaçaba homenageia sua campeã olímpica

Joaçaba homenageia sua campeã olímpica

Éder Luiz

Éder Luiz

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Emocionada e ao lado dos pais Lucimar Zílio e Luiz Carlos Pereira, o Cuca, a menina de ouro joaçabense Natália Zílio Pereira, recebeu homenagens. A ponteira da Seleção Brasileira de Vôlei e da Unilever, Natália Zílio esteve em Joaçaba nesta quinta-feira (16) e desfilou em um caminhão do Corpo de Bombeiros pelas ruas centrais da cidade.

A jogadora formada e relevada em Joaçaba pela Associação Joaçabense de Voleibol (AJOV) ajudou a Seleção Brasileira feminina de Voleibol a conquistar o bicampeonato da modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres no último dia 11. Ela era dúvida para os jogos nas Olimpíadas de Londres até a véspera da competição, já que não estava completamente em forma após a recuperação de duas graves cirurgias na canela, para a retirada de um tumor. Aos 23 anos, a jogadora teve, de fato, que se superar para conseguir ir à capital inglesa. "Foram duas cirurgias, a primeira em junho do ano passado. E o tumor voltou em dezembro, quando passeio por outra cirurgia. Mais de um ano afastada, não foi fácil. Fiquei dois meses sem caminhar e só voltei a treinar em junho. A chance de estar em Londres já era uma vitória pessoal para mim", declarou a jogadora, com os olhos cheios de lágrima, durante coletiva de imprensa. A recuperação não foi simples. Natália, que era para estar em quadra em fevereiro, chegou em julho ainda sem atuar e completamente sem ritmo de jogo. Treinou com o grupo da seleção brasileira, fez saltos gradativos e foi dúvida até o último instante. Zé Roberto confiava e contava com a atleta para Londres, por sua agressividade no ataque e pela importância dela no grupo. O técnico levou Camila Brait de sobreaviso para os Jogos. Mas apostou naquela que considera uma das maiores revelações do vôlei feminino nos últimos anos. “Nunca deixei de acreditar. E esse reconhecimento pelas ruas de Joaçaba, todo esse carinho não me deixou dúvidas que conseguiria”. “Ainda não estou 100%, tanto que estava tomando remédios durante as Olimpíadas, mas não tenho mais tantas dores”, destaca a jogadora. Natália entrou em quadra em apenas dois jogos em Londres. "Apesar de não ter ajudado a equipe como eu poderia em quadra, a força que dei fora, a alegria que passei, foi importante. Não tenho palavras para descrever o que foi fazer parte disso tudo. Superação é algo que sempre tive, e em todo momento eu acreditei que daria para estar em Londres. Por isso, nós tínhamos de acreditar no ouro também o tempo todo independente de que país tivéssemos que enfrentar", completou. Convocação A jogadora foi convocada pela primeira vez em 2005. E esteve ao lado de Paula Pequeno, Jaqueline e Fabizinha. “Estive e permaneço ao lado de meus ídolos e amadureci”, disse. “Antes de o técnico Zé Roberto fechar as 12 jogadoras que iriam para as Olimpíadas ele me pediu se sentia dores. Disse a ele que sim, e que ele deveria decidir. Ele ao contrário disse que decidíamos juntos e ai está o resultado”. “Para quem não jogava a quase 1 ano, poderia ser trocada pelas meninas que estavam jogando a Superliga, mas o técnico confiou em mim” revela emocionada. Para as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Brasil, Natália é tida como uma das maiores promessas do voleibol. “Não duvido que Brasil vai fazer uma competição melhor, e apesar de muitos dizerem que está tudo sendo deixado para última hora – e todos os brasileiros são assim, acredito que vai dar tudo certo em 2016”. Trajetória Natália nasceu em Loanda, estado do Paraná no dia 04 de abril de 1989, e veio morar em Joaçaba, terra Natal da sua mãe, com apenas 15 dias de vida. Natália passou sua infância e adolescência em Joaçaba, quando aos 10 anos, brincando de jogar futebol na escola, foi notada pelo professor de Educação Física Cesar Luiz Junqueira de Carvalho. O convite foi inevitável e Natália, após consentimento dos pais, ingressou no Programa de Iniciação Desportiva e Cidadania (NIDEC) mantido pela AJOV. No primeiro dia de treino, era notória sua aptidão e desenvoltura para o esporte, um grande potencial foi notado. Dos 10 aos 16 anos, Natália defendeu a Associação Joaçabense de Voleibol (AJOV), sua equipe do coração, em inúmeras competições. Conquistou todos os títulos possíveis, treinou muito, desceu e subiu os morros de Joaçaba, dividiu seu tempo entre estudar e jogar vôlei, foi determinada, disciplinada, teve força de vontade e acabou indo parar na Seleção Brasileira infanto-juvenil, a convite do professor Luizomar de Moura. Com Luizomar, Natália conquistou o Campeonato Sul-Americano infanto-juvenil em 2004 e o Campeonato Mundial em 2005, quando foi escolhida a melhor jogadora de vôlei do mundo na categoria. A trajetória esportiva desta garota foi meteórica, tanto que ainda com 16 anos foi convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para integrar a Seleção Brasileira principal (2005). Com José Roberto Guimarães, Natália debutou na equipe principal do Brasil conquistando o título do Torneio Internacional de Vôlei. Agora a conquista maior veio com o título de Campeã Olímpica em Londres.


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