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Mortos por Gripe A em SC tiveram tratamento tardio

Mortos por Gripe A em SC tiveram tratamento tardio

Éder Luiz

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Informações preliminares do inquérito realizado pelo Ministério da Saúde e pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina apontam que, entre 28 vítimas de gripe A no Estado, metade teve tratamento tardio. O resultado faz parte da pesquisa, iniciada em 18 de junho, que pretende fornecer um perfil dos primeiros mortos pela gripe A neste ano e detalhar as condições de tratamento. SC lidera o ranking de mortes pela doença no país. Dos 148 registros do Ministério da Saúde até o último dia 10, 52 mortes foram no Estado.

O levantamento em parceria com o Ministério da Saúde sinalizou que 50% dos pacientes em questão tomaram o antiviral oseltamivir mais de cinco dias após o início dos sintomas. O acesso rápido ao remédio conhecido comercialmente pelo nome Tamiflu pode evitar agravamento dos casos e a ocorrência de mortes. O diretor da Dive, Fábio Gaudenzi de Faria, atribui o tratamento tardio a dois fatores: à demora na busca por atendimento pelos pacientes e à não-prescrição de medicamento pelos profissionais da saúde. — Ou essas pessoas não chegaram ao tratamento em tempo hábil, por acharem que não era grave, ou já tinham sido avaliadas e quem as atendeu não prescreveu medicação por achar que não fosse necessário — destacou Fábio. O diretor da Dive reforça que, desde maio há o alerta às equipes de saúde, por meio de conferências e encontros, para que esses profissionais estejam atentos e apliquem o tratamento adequado. Mesmo assim, ainda há dificuldades em colocar essas orientações em prática. Faria ressalta que a falsa crença de que a gripe não é uma doença de gravidade também faz com que as pessoas não tomem as precauções necessárias. Na última sexta-feira, o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, também admitiu as deficiências de tratamento. — A análise dos dados confirma que não há mudança no padrão de ocorrência da gripe. Se antes tínhamos indícios, agora temos informações concretas de que o tratamento, no momento adequado, ainda não está sendo adotado em todos os serviços — afirmou. Os órgãos de saúde esperam que a conclusão dos dados do inquérito, que deve ser feita em cerca de 25 dias, deva facilitar as medidas de combate à H1N1. Até aqui, a análise apontou ainda que, entre os mortos pela enfermidade, 85% tinham doenças crônicas, como obesidades e diabetes, e não foram vacinados. As principais doenças identificadas foram cardiopatias, pneumopatias, obesidade e diabetes, principalmente entre homens de 40 a 59 anos de idade. Imunização e prevenção continua Apesar da Dive estimar o fim da fase mais crítica da doença, são mantidos os alertas de higiene: — Os cuidados de higienização devem ser feitos sempre. Isso é uma realidade para se combater não só o H1N1 mas como outras doenças — afirma Fábio.


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