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Mulheres catarinenses estudam mais e têm maior aumento salarial em percentual do que os homens

A remuneração das mulheres vem crescendo mais que a dos homens, em percentual, nos últimos anos em Santa Catarina.

Éder Luiz

Éder Luiz

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A remuneração das mulheres vem crescendo mais que a dos homens, em percentual, nos últimos anos em Santa Catarina. Em 1998, mulheres com ensino superior ganhavam um salário médio de R$ 1.391,65, contra R$ 3.236,45 dos homens. Dez anos depois, o salário delas subiu 22%, atingindo R$ 1.701,02, enquanto o deles passou para R$ 2.623,37, queda de 19%. Para as mulheres que têm pelo menos o ensino médio completo, a renda também aumentou. Passou de R$ 528,23, em 1998, para R$ 709,87 em 2008, incremento de 34,3%. Já para os homens com ensino médio, a remuneração, mais uma vez, diminuiu no período analisado, de R$ 1.339,93 para R$ 1.210,17 – baixa de 10%.

As constatações são do estudo “Ainda existe discriminação salarial contra as mulheres no mercado de trabalho da região Sul do Brasil? – Evidências para os anos de 1998 e 2008”, produzido por Viviane da Silva Freisleben e Fernanda Mendes Bezerra. A pesquisa está disponível no site da Associação de Pesquisadores em Economia Catarinense (Apec) www.apec.unesc.net . A base de dados utilizada é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, coletada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para os três estados da região Sul. Foram selecionadas, para o estudo, pessoas entre 15 e 65 anos que recebiam alguma tipo de remuneração por trabalho nos dois anos analisados. Apesar da evolução nítida do sexo feminino no mercado de trabalho, a diferença salarial entre homens e mulheres ainda é alarmante. Em 2008, homens com ensino superior ganhavam R$ 922,35 a mais do que elas – cerca de 35%. O estudo conclui que essa grande variação não tem uma explicação plausível, o que se caracterizaria como discriminação salarial por gênero. A boa notícia é que, pelo que os números indicam, essa distância tende a ser cada vez mais curta, já que a diferença em 1998 era de R$ 1.844,80 – ou 132,5%. Maior tempo de estudo justifica aumento salarial A expansão da escolaridade é um dos principais fatores que justificam o aumento salarial conquistado pelas mulheres catarinenses nos últimos anos. Enquanto o tempo médio de estudo dos homens passou de 6,13 anos, em 1998, para 8,53 em 2008 (alta de 39,1%), elas tiveram um crescimento ainda maior: 47,7%, passando de 6,22 para 9,19 no mesmo período analisado. O estudo revela ainda que os catarinenses, independentemente do sexo, são mais escolarizados em comparação a paranaenses e gaúchos. Elas querem realização profissional Duas constatações vêm à tona ao se analisar os dados da PNAD que mostram o aumento significativo das mulheres no mercado de trabalho. Primeiro: elas passaram a ter maior força pela necessidade de contribuir para o sustento da família. Em segundo lugar, também houve um aumento do desejo de realização profissional. Estudos da Fundação Carlos Chagas, de 2009, revelam que, em 1976, apenas 28,8% das mulheres trabalhavam. Em 2007, esse índice saltou para 52,4%. Para os homens, essas taxas se mantiveram em patamares semelhantes no mesmo período – entre 73% e 76%. Hoje as mulheres representam 43,6% da população economicamente ativa. Dobra o número de mulheres chefes de família O levantamento revela que, em dez anos, dobrou o número de mulheres chefes de família. Em 1998, apenas 11,21% delas eram as principais responsáveis pelo sustento da casa, índice que saltou para 22,99% em 2008. No mesmo período, a evolução dos homens neste aspecto foi bem mais tímida: passou de 58,89% para 62,89%. Um aspecto importante a ser considerado é que, estando ou não no mercado de trabalho, a grande maioria das mulheres realiza atividades domésticas, e mesmo que essas tarefas sejam indispensáveis para o bem-estar de todos os indivíduos, são desconsideradas nas estatísticas.


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