Menu
Geral

Mulheres relatam detalhes de suposto abusos sexuais denunciados a justiça

Mulheres relatam detalhes de suposto abusos sexuais denunciados a justiça

Éder Luiz

Éder Luiz

Compartilhe:

Após meses de expectativa a espera de uma resposta da justiça, um grupo de mulheres que acusa um advogado de Capinzal de abuso sexual, quebram o silêncio e pela primeira vez aceitam falar sobre o caso. A denúncia foi feita a polícia em novembro de 2014. Na época 12 mulheres relataram as supostas práticas de abuso sexual que teriam acontecido durante consultas jurídicas ou acompanhamentos processuais na justiça. Mas depois que o caso veio a público pela imprensa, novas acusações teriam surgido na região.

No fim de semana um grupo formado por seis das supostas vítimas concordaram em relatar os abusos os quais teriam sofrido: Uma das mulheres é uma ex funcionária pública que atualmente estaria residindo em Piratuba. A ex cliente afirma inclusive conhecer o acusado há vários anos. Ela seria conhecida da esposa do investigado e o acusa de tê-la obrigado a fazer sexo oral no próprio escritório jurídico.

Em um outro caso a suposta vítima acusa o advogado de ter tocado nos seios dela, além de ter entrado com ela sem consentimento em um motel enquanto voltavam de uma audiência do Ministério do Trabalho em Joaçaba. Há também a denúncia de outra suposta vítima que relata que o advogado abandonou a causa depois que ela se negou a relacionar-se sexualmente com ele. O profissional jurídico teria esfregado o pênis nos braços da cliente.

Em comum as supostas vítimas apresentam um histórico de momentos de dificuldades financeiras além de abalo psicológico. O acusado agiria da mesma forma praticamente em todos os casos. Durante as consultas jurídicas a sala era chaveada e logo no início da conversa o advogado se aproximava e passava a intimidar as vítimas com afirmações sobre o possível sucesso da causa, além de supostamente tocar as denunciantes em regiões corporais como os seios e genitálias.

Antes mesmo do casos ser levado a polícia, a maioria das supostas vítimas afirmam terem comentado sobre a prática com a secretária do escritório, além de terem levado o assunto ao conhecimento de um segundo advogado que seria sócio da repartição. Uma das vítimas chegou a contar ao esposo mas o receio de perder a causa levou o esposo a orientá-la a permanecer em silêncio.

O caso corre em segredo de justiça, que é para preservar a integridade das vítimas. O que se sabe é que o acusado é ex-funcionário público e antes mesmo de exercer advocacia teria atuado em uma agência bancária de Capinzal. O acusado teria ganhado notoriedade depois de ter atuado em uma ação de repercussão nacional envolvendo uma disputa judicial por um prêmio de loteria.

Segundo informações, o acusado já teria sido investigado pela justiça por outro crime. Especialista em causas previdenciárias e trabalhistas o advogado teria sido denunciado à justiça pela prática criminosa de aposentadorias fraudulentas. O caso veio a tona, em meados de 2014, quando uma ex funcionária do escritório que funcionaria no centro de Capinzal teria feito um acordo na justiça com o acusado por supostamente ter sido vítima de assédio moral.

O que chama a atenção é que desde que as denúncias surgiram as identificações do escritório do acusado foram retiradas do local. Um outro advogado que administra o escritório, identificado pelas supostas vítimas como sócio do suspeito teria, passado a negar a sociedade com o investigado.

As investigações sobre o caso não teriam avançado desde o fim de ano. Na época em que as supostas vítimas foram ouvidas o delegado titular da Delegacia de Comarca de Capinzal, André Luiz Cembranelli, estava de férias. As oitivas, como é tecnicamente chamada a tomada de depoimento, foram realizadas pelo delegado da Comarca de Catanduvas, Bruno Boaventura, que na época também estava responsável pela delegacia de Capinzal.

O advogado que acompanha o caso chegou a ingressar com uma representação administrativa junto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pedindo a cassação do registro do acusado, mas até agora a subseção de Joaçaba não se manifestou sobre o caso.

Recentemente o departamento de jornalismo procurou o delegado titular da comarca de Capinzal, que preferiu não se manifestar sobre o caso. André Luiz Cembranelli mencionou a falta de efetivo para justificar a demora, e segundo ele, haveriam outras prioridades na delegacia.

Agora, o desejo das vítimas é que as investigações sejam retomadas e que o inquérito seja concluído o mais breve possível, para que seja enviado ao Ministério Público e finalmente avaliado pela promotoria para a formalização da denúncia ao Juiz.

Fonte: Rádio Barriga Verde


Compartilhe: