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O Circo chegou!

Joaçaba voltará a receber a alegria e o encantamento do circo.

Éder Luiz

Éder Luiz

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Joaçaba voltará a receber a alegria e o encantamento do circo. A lona, que já pode ser vista em um terreno ao lado do acesso Adolfo Ziguéli, abrigará o Circo Torricceli, da cidade de Penha. Criado há 50 anos, o circo já percorreu o Brasil e países da américa do sul, mas pela primeira vez se apresentará em Joaçaba. O artista Jaime Zanquetin, de 53 anos, nasceu e criou sua família no mundo que encanta gerações. “Nossa família cresceu com o circo. Os primeiros artistas já se apresentavam há aproximadamente 150 anos. Eles estiveram inclusive na África e Europa. Hoje damos sequência a este trabalho de cidade em cidade”. Conta.

A temporada em Joaçaba deverá ser curta, apenas uma semana, mas as atrações serão várias. Será possível ver o globo da morte, trapezistas, malabaristas, os impagáveis palhaços, com o táxi maluco e as apresentações com pôneis, lhamas e a elefanta Semba, que com 70 anos é o animal de sua espécie mais velho do país. A história de Semba remonta ao tempo em que os antepassados dos artistas que estarão em Joaçaba foram para a África, foi de lá que vieram os pais da elefanta, que nasceu aqui no Brasil. O curioso é que o animal participou de uma história das mais tristes vividas pelo mundo circense. Semba salvou vidas No dia 17 de dezembro de 1961 acontecia, em Niterói-RJ, a maior tragédia circense da história e o pior incêndio com vítimas do Brasil. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano, anunciado como o mais famoso da América Latina, quando a trapezista Antonietta Stevanovich deu o alerta de “fogo!”. Em menos de dez minutos, as chamas devoraram a lona, justamente no momento em que o principal hospital da região se encontrava fechado por falta de condições. O prefeito da cidade estabeleceu em 503 o número oficial de mortos, mas a contabilidade real nunca será conhecida. Cinquenta anos depois, o jornalista Mauro Ventura reconstitui o episódio em O espetáculo mais triste da terra. No livro consta a história de Semba, que ajudou com que a tragédia não fosse maior ainda. Assustada com a correria, a elefanta Semba disparou em direção à multidão e abriu um rombo na lona incandescente, fazendo com que centenas de pessoas pudessem escapar. Um ex-funcionário do circo assumiu a autoria do espetáculo de horror. Adilson Marcelino Alves, o Dequinha, de 22 anos, era um dos 50 trabalhadores contratados para a montagem da lona. Depois de brigar com o dono do circo, Dino Stevanovich, Dequinha teria prometido vingança. Ele e mais dois cúmplices foram condenados a 16 anos de prisão. Vida de circo Com a família sempre junto, Zanquetin garante que trabalhar no circo requer muito esforço, mas que estão sempre “de férias”. “Viajamos por todos os lugares, conhecemos muita gente. Nossa vida é muito boa”. O artista de 53 anos é uma espécie de faz tudo no circo, mas a função que mais lhe emociona e agrada é a de palhaço. “É gratificante ver o sorriso no rosto das pessoas. Mesmo quem já tem uma certa idade volta a ser criança”. Para os artistas do circo não existe natal e nem ano novo, no último ano os espetáculos aconteceram até mesmo nestas datas. Mas ninguém reclama. “Se eu tivesse que deixar o circo acho que morreria”. Finaliza Zanquetin. O Circo Torricceli faz sua estréia nesta sexta-feira, dia 13, ás 20h30. As demais apresentações acontecerão no final de semana, ás 17h e 20h30.


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