Onda de violência provoca mortes no Litoral
A Polícia Militar confirmou a ocorrência de de mais duas mortes de criminosos na noite desta quinta-feira (15).
A Polícia Militar confirmou a ocorrência de de mais duas mortes de criminosos na noite desta quinta-feira (15). Com isso, já são três os mortos desde a última segunda, quando teve início a onda de ataques no estado.
Os óbitos ocorreram em Tijucas, após um tiroteio entre policiais e criminosos no loteamento Jardim Progresso. Um dos suspeitos morreu na hora e outro chegou a ser atendido, mas não resistiu aos ferimentos. A dupla portava revólver calibre 38 e uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas e não carregava documentos de identificação.
Durante a tarde, Jefferson Belo morreu em confronto com policiais na cidade de Itapema, também no litoral norte.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, oito pessoas foram presas até à meia-noite desta quinta. Quatro delas em Criciúma, logo após um ataque contra uma viatura da PM. Os outros quatro suspeitos foram presos em Timbó, quando transportavam galões de gasolina em um veículo.
Em quatro noites, pelo menos 20 ônibus e oito automóveis foram queimados, três bases da Polícia Militar (PM) atacadas, uma escola incendiada, e o clima segue tenso em Florianópolis e no interior.
Dois homens encapuzados atearam fogo em um ônibus da Transol por volta das 20h30min, na Caiera do Saco dos Limões, em Florianópolis. A dupla entrou pela porta da frente do coletivo e obrigou motorista, cobrador e quatro passageiros a descerem no alto do morro. Depois colocaram fogo no veículo. As chamas danificaram a rede elétrica. Nenhuma das seis pessoas ficou ferida. O veículo será levado para a garagem da empresa e passará por perícia nos próximos dias.
Por volta das 22h, criminosos incendiaram um ônibus no pátio da empresa Santa Teresinha no município de São José. O veículo ficou totalmente destruído. As chamas atingiram dois outros coletivos, que ficaram parcialmente destruídos.
O comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro, informou que as empresas de ônibus seguirão circulando na cidade, mas com horário de domingo, parte delas com escolta. A segurança foi reforçada em Florianópolis, mas o comando da Polícia Militar admite não haver efetivo suficiente para dar conta da demanda. Na noite dessa quarta-feira, a terceira com registro de ataques a coletivos, duas pessoas ficaram feridas em Palhoça, mas já foram liberadas.
Ônibus que percorrem as regiões onde ocorreram ataques violentos desde o início da semana terão prioridade de escolta. Em um encontro com empresários do transporte público, o governador Raimundo Colombo reforçou que o gabinete de crise está funcionando de forma permanente na Casa da Agronômica, em Florianópolis. Três delegados, dois escrivães e seis agentes assumiram as investigações sobre os ataques – 40 desde segunda-feira. Cerca de 60 pessoas foram detidas desde então. Dessas, 31 seguem presas.
Colombo ainda disse estar em contato com o Ministério da Justiça e com os serviços de inteligência do governo federal para ajudar no combate à onda de violência que se iniciou no Estado na segunda-feira. Na quarta, ele confirmou o afastamento de Carlos Alves, que era o diretor da Penitenciária de Segurança Máxima de São Pedro de Alcântara, de onde partiu a suposta ordem de ataques pelas facções criminosas detidas na unidade prisional. Essa era uma exigência para os ataques cessarem, o que não ocorreu. Em razão disso, o alerta persiste para a noite e madrugada em Florianópolis e em cidades como Criciúma, Itajaí, Palhoça, Navegantes, Criciúma e São José.
Os ataques frequentes provocaram uma queda no fluxo de usuários do transporte coletivo, conforme as prestadoras do serviço. Por enquanto, o alvo principal seguem sendo os ônibus, mas unidades da Polícia Militar, Polícia Civil, Departamento Estadual de Administração Prisional e escolas também são monitoradas para que nada de mais grave venha a ocorrer.
O governo não admite que os ataques registrados em Santa Catarina tenham relação com facções criminosas de outros estados. O foco da investigação é a relação entre a morte de uma agente penitenciária, três semanas, supostamente ocorrido por engano. Segundo as informações, o alvo era o marido dela e agora diretor afastado da Penitenciária de Sâo Pedro de Alcântara, Carlos Alves, fora da cidade no dia do crime. As supostas agressões ocorridas dentro do presídio assim que ele retornou ao trabalho deram início à onda de atentados, na segunda passada. O governador Raimundo Colombo disse, porém, que também são investigados atos de vandalismo e lembrou que Santa Catarina é o Estado menos violento do Brasil.
MP vistoria penitenciária de Alcântara
Uma força-tarefa criada para vistoriar a penitenciária de São Pedro de Alcântara já ouviu, fotografou e examinou pelo menos 69 apenados, além de recolher imagens das câmeras de segurança do dia da morte da agente penitenciária e da data posterior. Gravações feitas pelos presos também serão examinadas a fim comprovar se houve tortura dentro do presídio. Um inquérito policial também foi aberto sobre o caso. A previsão é de que o trabalho seja concluído em até um mês.
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