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Geral

Pacientes sofrem nas filas de espera de doação de órgãos

A doação de órgãos e tecidos ainda é um assunto cercado de tabus.

Éder Luiz

Éder Luiz

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A doação de órgãos e tecidos ainda é um assunto cercado de tabus. Diversas campanhas são realizadas para conscientizar a população sobre a importância da doação. E essas campanhas estão surtindo efeito. Dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde apontam que o número de transplantes realizados no país em 2012 cresceu cerca de 12%, e essa estatística também se repete no estado.

Porém, mesmo com o aumento de doações, o número de pacientes na fila de espera ainda é grande. De acordo com dados do SC Transplantes, em dezembro de 2012 mais de 1.400 pessoas estavam na fila de espera por um transplante. Os dois órgãos com maior número de pessoas necessitadas na fila de espera são rins e córneas.

Ainda de acordo com SC Transplantes, foram notificados 386 óbitos, onde as pessoas teriam condições de efetuar a doação. Desse número, apenas 165 doações foram efetuadas e 111 tiveram negação familiar, ou seja, a família optou por não doar os órgãos. Esses dados comprovam que o número de doações poderia ser bem maior.

De acordo com o responsável pelo SC Transplantes, o médico Joel de Andrade as chances de uma pessoa precisar de um transplante são cinco vezes maiores do que as de morrer, nas condições necessárias para a doação.

Dr. Joel ressalta que muitas pessoas tem uma imagem errada da doação de órgãos. “Muitas pessoas tem uma visão distorcida e errada sobre a doação de órgãos, principalmente no que diz respeito à constituição do corpo, a captação dos órgãos e a segurança técnica que envolve o processo de doação como a morte encefálica”, explica.

Segundo o responsável pelo SC Transplantes a taxa de negativa ainda é considerada baixa em relação ao resto do país. “Temos uma taxa de não autorização familiar mais baixa do país. Nós estamos trabalhando para diminuir esses números ainda mais. Em algumas regiões do país a taxa de negação é maior de 40%”, diz.

Dr. Joel destaca que quando existe a captação de múltiplos órgãos o corpo é devolvido integro para a família. “A remoção dos órgãos funciona como uma cirurgia. A
reconstituição do corpo é idêntica a de um procedimento cirúrgico. Os órgãos são removidos e depois o corpo é reconstituído com pontos e isso é feito obedecendo todos os critérios técnicos e legais exigidos pela medicina. Aos olhos de quem desconhece o fato do paciente ter doado os órgãos é imperceptível a remoção, o corpo fica íntegro”, afirma.

Procedimento

Dr. Joel destaca que o tempo médio mínimo que a equipe leva para a retirada dos órgãos é de 12 horas.

“O tempo de captação depende de cada caso. O que devemos ressaltar é que havendo a confirmação da captação até terminar o procedimento de remoção o tempo mínimo é de 12 horas para a entrega do corpo para família velar”, explica. “Normalmente se desloca uma equipe para fazer a captação do coração, outra para remoção dos pulmões, outra para retirar o fígado, enfim cada equipe cuida especificamente da retirada de um órgão. Precisa ser montada uma logística que permita as equipes se adequar e se deslocarem até a cidade do doador”, ressalta.

No ano passado o Hospital Universitário Santa Terezinha (HUST) teve três notificações de doação de órgãos e apenas duas captações. No dia 28 de fevereiro a equipe do SC Transplante esteve em Capinzal para efetuar a captação de órgãos de um doador.


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