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Pesquisa

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Éder Luiz

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Estiveram na região dos campos, durante 10 dias, um grupo de pesquisadores da área de Ciências Biológicas da UNOCHAPECÓ, para cumprir com a última etapa de um projeto de pesquisa relacionado a aves, anfíbios e insetos aquáticos.

Com exceção do Professor Rodrigo Lingnau que é colaborador da Universidade Tecnológica do Paraná, os demais pesquisadores são alunos e professores da Universidade Comunitária da Região de Chapecó – a UNOCHAPECÓ. A pesquisa está vinculada diretamente ao curso de ciências biológicas e ao mestrado de ciências ambientais da UNOCHAPECÓ financiada pela FAPESC - Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina; O objetivo do projeto, é suprir a carência no conhecimento das espécies existentes na região Sul; especificamente Santa Catarina. Segundo a técnica do projeto, Veluma Bastiani a proposta era trabalhar em quatro áreas distintas da região do Planalto de SC, que abrange a região de Lages até o Oeste Catarinense. Dentro dessa área, através de imagens de satélite e de informações de outros pesquisadores, eles escolheram 04 áreas consideradas relevantes para a pesquisa. Uma das áreas escolhidas e primeriamente trabalhada foi no município de Vargem Bonita, numa propriedade da SEARA Alimentos, lugar com remanescente grande de florestas nativas, floresta ambrófila mista. A segunda etapa, aconteceu no Parque Estadual Fritz Plaumann na cidade de Concórdia, por abranger outro tipo de formação - a floresta sazonal decidual, ambas ameaçadas aos impactos antrópicos. (pela ação do homem). A terceira etapa aconteceu no município de Palmasola, que também possui um remanescente de floresta bem consideravel; e a última etapa aconteceu em Água Doce, por ser a úncia área de campo na região Oeste. Os pesquisadores consideram que SC é um buraco negro na questão de conhecimentos de anfíbios. A orientadora do Grupo, Professora Elaine Lucas Gonçales foi a primeria pesquisadora do Estado a fazer um levantamento da anurofauna de todo estado, ou seja do estudo dos anfíbios (sapos, rãs e pererecas),isso foi em 2008, para a tese de doutorado dela, onde ela conseguiu fazer uma copilação. Segundo os pesquisadores, falta muito estudo na área de Ecologia, principalmente relacionado a ações que possam ser realizadas para amenizar o impacto de extinção de espécies. Outro objetivo do projeto é buscar conhecer as espécies das florestas em SC. Por exemplo, a fauna de floresta é diferente da fauna de campo. É preciso conhecer o que se tem pra tentar divulgar e outros pesquisadores futuramente traçarem outras pesquisas trazendo o conhecimento para as nossas regiões. Segundo o grupo de pesquisadores, foram feitas grandes descobertas na região de Água Doce: “Registramos algumas espécies importantes que chamamos de especialista de habitat. No Rio Chapecó encontramos uma rã que é conhecida popularmente como perereca de vidro, que recebe esse nome em razão de possuir o ventre transparente. Essa espécie de rã, precisa de ambientes de riacho, ocupam a vegetação as margens dos rios, para se reproduzir. É uma espécie que não se reproduz em lagoa. Por isso a importância da preservação dos riachos e da mata ciliar. Esse foi um registro muito bom.” Diz Veluma Bastiani, aluna do mestrado e técnica do projeto. Ainda segundo os pesquisadores, o Brasil tem mais de 800 espécies de anfíbios e é considerado um país líder em diversidade de anfíbios; o país com maior número de espécies de anfíbios no mundo. A importância da preservação dos anfíbios está em razão da cadeia alimentar. Eles citaram como exemplo, o sapo cururu, que é o predador de muitos insetos. “Se ele não for preservado, os insetos se reproduzirão de forma desordenada, produzindo desequilibrio no meio ambiente em que vivem.” Além disso os anfíbios são muito sensíveis as alterações ambientais: Agrotóxicos, lixos; porque eles respiram pela pele, e essa é uma característica fisiológica deles; Qualquer alteração no PH, uma água muito ácida por exemplo, vai também trazer alterações para eles, por isso os anfíbios são considerados “bio - indicadores da qualidade ambiental” diz Veluma. Os pesquisadores foram questionados quanto a visão deles sobre o impacto ambiental no município. Segundo eles, até o presente momento, percebe-se que a região dos campos, está bem preservada. “Claro que o aumento das plantações, de lavouras nas áreas de campo, é um dos impactos facilmente percebidos, mas apezar disso não encontramos indicadores de risco”. Na área dos macro-invertebrados, insetos aquáticos e invertebrados, é mais difícil para fazer a identificação, pois é coletado barro do fundo do rio, levado para o laboratório e feito a identificação através de lupa, de microscópios. Por isso os dados levarão cerca de mais ou menos 03 à 04 meses para serem divulgados. Na questão de aves, embora a Professora coordenadora desse projeto não estivesse presente, porque estava à campo, eles informaram que foram realizados registros importantes de “Espécies que são migratórias e acabam utilizando a área de campo para reprodução”. A Prefeita de Água Doce, Nelci Fátima Trento Bortolini, em visita ao grupo de pesquisadores, comentou da importância desses estudos, em razão de Água Doce pertencer ao Corredor Ecológico do Rio Chapecó e por também ter aqui as nascentes de mais de 40 rios, inclusive o Rio Chapecó. Os pesquisadores disseram que esse foi também um dos motivos pelo qual o município foi escolhido: segundo eles é preciso observar se os animais que são encontrados nas nascentes dos rios, serão encontrados também ao longo do percurso dos rios. Segundo a técnica do Projeto, foram em torno de 07 propriedades visitadas, todas com a autorização e boa receptividade dos proprietários. O grupo finalizou suas pesquisas em Água Doce, nessa última segunda-feira.


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