Polícia de SC pede prisão de pai de bebê com doença rara e indicia casal por apropriação de recursos de deficiente
Polícia de SC pede prisão de pai de bebê com doença rara e indicia casal por apropriação de recursos de deficiente

A Polícia Civil de Joinville, Norte catarinense, pediu a prisão de Renato Openkoski, pai do bebê Jonatas, que tem 2 anos e sofre de uma doença degenerativa, e indiciou ele e a esposa por estelionato e apropriação de recurso de pessoa com deficiência. O casal fez campanha para arrecadar dinheiro para ajudar no tratamento da criança, que tem AME (Atrofia Muscular Espinhal), mas é suspeito de ter usado esse recurso para outros fins.
O médico do bebê também foi indiciado, pelo crime de falso testemunho. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos indiciados. As investigações foram conduzidas pela delegada Geórgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami). O inquérito tem 1.004 páginas e foi enviado na última semana para o Fórum. Com a campanha AME Jonatas, foram arrecadados R$ 3 milhões, que deveriam ser usados para pagar a primeira parte do tratamento da criança. Os pais são alvo de investigação desde que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) recebeu a denúncia de que eles estariam usando os recursos das doações para custear luxos. Depois disso, a Justiça bloqueou, de forma liminar, os valores levantados com a campanha e um veículo de R$ 140 mil que está em nome do casal. O bloqueio foi feito em 16 de janeiro. Dessa forma, para que os pais possam usar o dinheiro da campanha, precisam de autorização judicial e envio de comprovantes sobre o uso dos recursos. Investigação Foram ouvidas mais de 20 pessoas, entre testemunhas, familiares, pessoas que fizeram doações à campanha, e integrantes do Conselho Tutelar. A delegada pediu a prisão preventiva do pai do bebê porque ele dizia que o judiciário estava atrapalhando a família nos cuidados com o menino. Além disso, Bastos diz que ele estava "se aproveitando da boa fé das pessoas e da imagem da criança, que sensibiliza, para poder obter vantagem ilícita”. Conforme a polícia, ele continua fazendo campanhas. Caso o judiciário não autorize essa prisão preventiva, ela pede uma medida cautelar de proibição de contato com as pessoas que seguem as atualizações da campanha. Essa mesma medida foi pedida para a mãe da criança, Aline Openkoski. A prisão dela não foi pedida porque ficou comprovado na investigação que a mãe realmente cuida do bebê. Isso não ficou comprovado na apuração em relação ao pai. A investigação concluiu que o carro e uma viagem a Fernando de Noronha foram pagos com o dinheiro da campanha. A delegada pede um leilão dos objetos apreendidos na casa da família, entre joias, luneta, videogames, televisão, óculos e o carro, para serem revertidos em recursos para o bebê. Denúncia Conforme o MPSC, denúncias feitas à Promotoria de Justiça de que o casal teria passado o Réveillon em Fernando de Noronha e comprado um veículo de R$ 140 mil. "O fato, salvo melhor juízo, demonstra que não se pode descartar, pelo menos nessa análise inicial, possível utilização de parte das doações para fins distintos daquele almejado: a garantia do direito à saúde de Jonatas", afirmou a promotora de Justiça Aline Boschi Moreira. Fonte: G1
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