Polícia tenta identificar culpados do incêndio na garagem da Prefeitura
Polícia tenta identificar culpados do incêndio na garagem da Prefeitura
No início do mês de julho, antes mesmo de sair em férias, o delegado da polícia civil da Comarca de Joaçaba, Maurício Pretto, recebeu em mãos o Laudo Pericial (LP), realizado pelo perito criminal Alexandre Kazuo Tobouti do Instituto Geral de Perícias (IGP) local, sobre um incêndio ocorrido no pátio do Parque de Máquinas da Prefeitura Municipal de Joaçaba e que resultou em danos materiais em sete veículos da administração. A ocorrência foi registrada no dia 21 de novembro de 2012.
No dia do incêndio nos veículos, o delegado responsável pelo caso, Maurício Pretto, deixou bem claro que duas linhas de investigação, seria seguidos, ou seja, criminal e ocasional. De lá para cá, várias pessoas foram ouvidas pelo delegado, na expectativa de desvendar o ocorrido, além de terem sido acionados os peritos do IGP, para ajudar nos trabalhos, realizando o exame nos veículos incendiados e no local.
Passados sete meses, o delegado recebeu o laudo do perito Tobouti, afirmando que “mesmo o local não tendo sido preservado”, já que o IGP foi comunicado segundo ele uma semana depois do ocorrido para realizar os trabalhos de perícia, “havia vestígio de utilização de material combustível para deflagração do incêndio, corroborando para a hipótese de incêndio intencional”, diz o laudo assinado pelo perito.
A reportagem do Jornal Diário do Vale conversou com o delegado Maurício Pretto para saber depois de passados nove meses do incêndio, qual decisão chegou à polícia civil, e após ter recebido o laudo do IGP. Pretto confirmou que as investigações quanto a autoria do incêndio continuam. “Nós não temos ainda a certeza do que teria ocorrido no dia dos fatos, se foi ateado fogo próximo aos veículos e esse fogo teria se alastrado, tendo em vista que naquele dia o tempo estava muito seco e nas proximidades havia mato seco. Além dos veículos por si só estar a muito tempo expostos ao relento, aguardando um leilão e neste período deixaram vazar combustível e óleo, o que pode ter colaborado para a expansão das chamas, ou se alguém teria especificamente ateado fogo nos veículos”, justificou o delegado.
Maurício Pretto alega que pelo Laudo Pericial ter confirmado que o incêndio foi intencional, a polícia ainda tenta identificar os possíveis culpados. O delegado salienta que existem suspeitos. “Nossas provas por enquanto são muito frágeis, ou seja, insuficientes para que possamos incriminar alguém. Vamos continuar ouvindo pessoas, porque no local, no dia da ocorrência se encontrava apenas o vigilante que não teria visto nada de estranho naquele dia”.
O delegado deu outra versão quanto à alegação por parte do perito Tobouti, de que o IGP foi comunicado do fato apenas sete dias após a ocorrência, o que pode ter prejudicado o trabalho de perícia, devido ao local não ter sido preservado. Segundo Pretto, os peritos foram acionados no dia em que aconteceu o sinistro e que os peritos foram fazer o trabalho dias após. “Nós fizemos o nosso levantamento fotográfico também e acreditamos que isso não tenha prejudicado cabalmente a conclusão de como teria ocorrido os fatos”, conclui.
Relembre
O incêndio aconteceu na manhã do dia 21 de novembro de 2012, dentro do pátio da Secretaria de Obras da Prefeitura de Joaçaba, localizado no bairro Vila Remor. Sete veículos, de vários que se encontravam no local, foram incendiados. As chamas atingiram uma Brasília ano 79, um Fusca 85, um Kadett Ipanema 94, uma Elba Weekend 96, um Santana 89, um Kadett Ipanema 94 e um caminhão basculante ano 83.
Os bombeiros utilizaram cerca de seis mil litros de água para conter as chamas. A equipe de perícias criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Joaçaba esteve fazendo levantamento no local somente sete dias após o fato, ou seja, recebeu comunicado via ofício nº 1026/2012/ES, assinado pelo delegado de Polícia Civil Maurício Pretto no dia 28 de novembro de 2012.
O perito criminal confirmou no laudo que “havia vestígio de ação direta de chama sobre as chapas metálicas das carrocerias dos veículos, sendo que em alguns deles, as tampas dos compartimentos dos motores estavam abertas quando da chegada dos peritos. O chamuscamento na porção interna da tampa sugere que ela estava aberta antes do incêndio e a coloração acima da chapa corta fogo, sugere que ali também foi depositado material combustível”.
No dia 24 de julho do ano passado, cerca de quatro meses antes do incêndio, o Ministério Público (MP) da Comarca de Joaçaba, através do promotor Jorge Eduardo Hoffmann, começou a realizar um trabalho de investigação quanto ao abandono de algumas máquinas da prefeitura em três oficinas da cidade. Na oportunidade, o promotor disse que o trabalho estava sendo realizado depois do recebimento de uma denúncia enviada ao MP, e que alguns graves problemas foram constatados nas visitas realizadas nestas oficinas e no parque de máquinas, dentre eles, o sucateamento dos veículos e a falta de peças.
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