
A Polícia Civil colheu nesta terça-feira, 07, os depoimentos de mais duas testemunhas sobre o caso do seqüestro da família de um gerente de banco de Treze Tílias. Foram ouvidas a esposa do gerente e a empregada, ambas estavam na casa durante a ação que aconteceu na noite da última quarta-feira, 01, e durou até a madrugada da quinta, quando a família ficou por aproximadamente 11 horas em poder de pelo menos 8 bandidos que queriam a senha do cofre do banco.
O delegado Bruno Boaventura, que conduz a investigação, disse que os depoimentos apenas reforçaram o que já havia sido dito pelo gerente, que contou que os bandidos o seguiram do trabalho até em casa e o renderam. Depois disso renderam a esposa, as crianças e uma babá. Todos ficaram com os homens até por volta das 5h da manhã da quinta-feira, quando foram deixados amarrados em uma propriedade no interior de Treze Tílias. Os bandidos não levaram nada, nem mesmo jóias que foram oferecidas em troca da liberdade. Segundo o delegado, após estes depoimentos não será necessário ouvir as crianças, de 9 e 10 anos. “Não acredito que seja necessário ouvi-las, já que temos os elementos necessários à investigação”. Disse ele. O delegado adiantou que existem algumas informações na rede interna da Polícia Civil de quem seriam os possíveis autores do crime, ele acredita que podem ser pessoas da região, com a participação de bandidos de fora. A polícia agora irá solicitar imagens de câmeras de segurança de vários estabelecimentos comerciais da cidade. “Vamos analisar as imagens e os horários em que o veículo com os bandidos e as vítimas possam ter passado por elas”. A família chegou a ser levada até uma pizzaria da cidade pelos bandidos, local em que as crianças participaram de uma festa de aniversário. Os homens ficaram esperando a saída das meninas e depois voltaram para casa. As crianças não comentaram nada com ninguém sobre o seqüestro, até por que o pai disse que os homens encapuzados eram seus amigos. A polícia teve dificuldades para investigar o que é chamado de “cena do crime”, a casa e os veículos usados durante o seqüestro. O gerente levou aproximadamente 3 horas para comunicar as autoridades e ainda providenciou a limpeza de tudo. “A conduta da vítima prejudica as investigações. Ele não ligou para a polícia logo que foi libertado, limpou a casa e os carros e desta maneira eliminou qualquer digital dos bandidos. Mas é claro que acreditamos que não houve ma fé dele, foi somente a maneira de agir após o fato”. O delegado explicou que as digitais seriam fundamentais para comparar com as de bandidos procurados em todo estado. Ele citou como exemplo o crime de Ibicaré, onde um caseiro de 75 anos foi morto por três foragidos do presídio de Joaçaba. “No caso de Ibicaré nós colhemos as digitais dos bandidos, o que nos auxiliará em muito no inquérito. Já no seqüestro de Treze Tílias não temos estas provas”. Para o delegado, este é um caso que exigirá muita investigação e paciência. “Como não tivemos vítimas feridas, ou mortas e nada foi levado, trabalharemos com paciência para elucidar este crime”.
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