O argentino Claudio Vallejos, 53 anos, que cumpria pena por estelionato em Santa Catarina foi extraditado na noite desta quarta-feira (27) para a Argentina, onde era procurado por crimes praticados na época da ditadura no País, conforme a Polícia Federal. O homem de 54 anos foi levado por dois policiais da Interpol de Buenos Aires, que viajaram a Florianópolis para transportar o preso.
Vallejos foi preso no dia 29 de fevereiro do ano passado, através de um mandado expedido pela Vara Única de Abelardo Luz, no Oeste. A pena era cumprida no Presídio de Lages. Ele era procurado internacionalmente, no banco de dados da Interpol, pela prática de crimes contra a humanidade.
Ao saber da prisão no Brasil, o Governo argentino pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extradição, para cumprimento de pena no país de origem. A concessão foi dada pelo STF no dia 13 de março.
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Claudio Vallejos, 53 anos, conhecido em seu país com “El Gordo” é assassino confesso em crimes cometidos durante a ditadura naquele país. O Éder Luiz.com apurou que Vallejos teve uma ligação marcante com Joaçaba, onde chegou a morar e se dizia jornalista e diretor do Jornal O Vale.
Com o passar dos meses começou a aplicar golpes nos clientes. O argentino atuava especificamente na venda de publicidade para o jornal e uma revista, mas os anúncios em sua maioria nunca eram publicados. Depois de ser denunciado pelos empresários que foram suas vítimas ele acabou deixando Joaçaba.
Vallejos foi preso em Campo Erê pelo crime de estelionato. A polícia descobriu que o homem já tinha aplicado golpes em outras cidades do oeste identificando-se como jornalista. Em Campo Erê ele visitava os empresários e dizia que era proprietário da revista dos municípios.
Claudio Vallejos, que é acusado de ser ex-torturador durante o regime militar da Argentina, na década de 1970, foi integrante do temido Serviço de Informação Naval da Marinha Argentina nos anos de chumbo, na década de 70.
Ditadura argentina
Apesar de ter durado menos que a ditadura brasileira, a ditadura Argentina foi igualmente violenta. Estima-se que o governo ditatorial sequestrou mais de 30 mil pessoas nos seus sete anos de poder. Além disso, a crueldade da repressão fez com que vários dos argentinos que lutavam contra o governo fugissem do país, foram mais de 2,4 milhões de fugitivos do sistema, cerca de 200 mil se abrigando no Brasil.
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