Três quartéis de Bombeiros podem ser fechados na região de Joaçaba por falta de efetivo
Três quartéis de Bombeiros podem ser fechados na região de Joaçaba por falta de efetivo

A falta de efetivo está prejudicando o trabalho do Corpo de Bombeiros em todo o estado de Santa Catarina e se não bastasse o desgaste gerado para os profissionais que se desdobram para cumprir a demanda e a perda de qualidade em muitos serviços, há a possibilidade do fechamento de quartéis. Na Região do 11º Batalhão, com sede em Joaçaba e que compreende os municípios Herval d’ Oeste, Catanduvas, Água Doce, Capinzal e Piratuba, segundo o Tenente Coronel Marcos Alves da Silva, comandante dos bombeiros na região, há risco que os quartéis de Água Doce, Piratuba e Catanduvas tenham os serviços encerrados.
Falta de efetivo é problema antigo De acordo com o Tenente Coronel Marcos, as queixas com relação a falta de efetivo começaram há mais de dois anos e alguns pedidos para a realização de concursos de novos bombeiros foram feitos, porém, diante da situação complicada enfrentada pelo estado foi necessário aguardar e até então nenhuma providência foi tomada. “Para dar uma força fizemos a nossa parte e temos trabalhado com o que tem, mas a situação está se tornando insustentável. Paralelo à isso, enquanto nós precisamos esperar outros órgãos públicos que alegaram o mesmo problema tiveram a realização de editais e a formação de novos agentes. Sentimos um pouco de descaso com a nossa instituição". Afirmou o Tenente Coronel Marcos. Outros fatores que reduzem o efetivo nas escalas são, segundo o Tenente Coronel, a necessidade do empréstimo de soldados para a Operação Veraneio e ainda, a falta de concursos regionalizados, uma vez que, muitos soldados aptos para o trabalho são do litoral, e vindo trabalhar na região já almejam uma transferência. Ainda de acordo com o Tenente Coronel Marcos, o problema se agravará com muitos bombeiros entrando para a reserva. “Em 2015 tínhamos no estado cerca de três mil bombeiros, ano passado esse número caiu para aproximadamente dois mil e quinhentos, já que mais ou menos 500 bombeiros entraram para a reserva. Neste ano, a expectativa é de que mais ou menos 250 se aposentem o que vai gerar um déficit de pessoal ainda maior”. Explicou. Desgaste dos profissionais e reflexo na qualidade de atendimento A situação é preocupante porque está refletindo na qualidade do serviço prestado. Hoje na região do 11º Batalhão trabalham 69 bombeiros, número que não é suficiente para o cumprimento mínimo de efetivo nas escalas, implicando em desgaste físico e emocional para os profissionais, risco para os bombeiros que as vezes deixam de seguir alguns protocolos de segurança (como número mínimo de atendentes na ocorrência) e para a população, que tem que esperar mais. “Tem quartéis aqui da nossa área de abrangência que trabalham com dois bombeiros por escala, quando o ideal seria no mínimo quatro. Isso faz com que ao ser acionada para ocorrência, a equipe saia toda para atendimento, fechando o quartel. Se é uma ocorrência de grande vulto como um incêndio, ou o bombeiro descumpre os protocolos de segurança e se arrisca praticamente sozinho ou espera o reforço, o que prejudica nosso tempo de resposta. Outra situação é: leva o paciente de ambulância, deixa no hospital e nesse meio tempo ocorre outro acidente. Se tivesse outros bombeiros para cobrir eles sairiam do quartel com outra ambulância e atenderiam, mas, nesse caso, os mesmos seguem de onde estão, tendo que preparar e higienizar o veículo durante o deslocamento”, queixou-se o Tenente Coronel. De acordo com o Tenente coronel, o comando geral sabe da situação e em algumas regiões do estado se estuda a possibilidade do fechamento dos quartéis na parte da noite, ficando o atendimento à cargo de unidades mais próximas, porém, isso segundo o Tenente coronel isso não resolveria o problema na região, sendo necessário fechamento total começando pelo quartel de Água Doce, seguido de Piratuba e também de Catanduvas. “Ao longo da semana vamos mandar a relação com o número de funcionários, ocorrências e habitantes de cada cidade e um estudo de viabilidade conforme a demanda será realizado em nível estadual. Se pra algumas regiões fechar a noite pode resolver, no nosso caso gerará ainda mais transtorno. Podendo gerar situações que comprometem a segurança dos quartéis e do efetivo que permanece em outros horários. Há que se lembrar ainda, que caso haja fechamento, os bombeiros serão remanejados e a tendência é que percamos ainda mais pessoal para as cidades com maior demanda de atendimentos”. Explicou o Tenente Coronel. Concurso precisa ser realizado com urgência Para tentar reverter a situação uma intensa mobilização está começando. O intuito é através dos prefeitos e também as lideranças regionais sensibilizar o governo estadual para a inclusão de novas turmas de formação e novas contratações. “Vamos informar os prefeitos da região, entregar um documento para a agência de Desenvolvimento Regional e ainda colocar a população a par disso tudo que estamos enfrentando. Creio que se houver planejamento, pode haver a formação de novas turmas, afinal, já houve com outros setores. Lutamos para manter a qualidade do serviço e será um retrocesso se as cidades tiverem que perder seus quartéis”, finalizou o Tenente Coronel Marcos Alves da Silva.
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