
O jornalista Miral Pereira dos Santos, de 71 anos, nasceu em Canoas, no Rio Grande do Sul, e quis colocar em prática o seu maior desejo: construir um país melhor. Ele encarar a vida com uma missão, combater a corrupção na política brasileira e a violência. Ele começou sua jornada pelo Brasil em 1992, defendendo seu ponto de vista e já visitou mais de 800 cidades em suas andanças.
Miral a percorre o país em campanha de conscientização. A estratégia é escolher cidades maiores, procurar os veículos de comunicação e falar sobre a causa. Ele acredita que com a indignação e fé de cada pessoa pode mudar o mundo, e este foi combustível que o fez passar novamente por Joaçaba. Ele esteve no jornal Diário do Vale nesta terça-feira (10) com seus caderninhos de viagem - que já somam 16 diários de bordo, onde ele guarda recortes de jornais que relatam a militância contra a "poluição da política". “O antídoto para acabar com a doença chamada corrupção é o voto. Voto consciente”, disse. Durante este tempo, Miral vem reunindo informações nestes diários para escrever um livro sobre a peregrinação. “Faço essa viagem por convicção, por sentido de história e visão de mundo, porque precisamos mudar este estado de coisas. Estamos em crise na saúde, educação, segurança, e o dinheiro é desviado”, frisa. O livro possui inclusive titulo: “O evangelho dos excluídos – Um grito de indignação”. O objetivo das jornadas do jornalista é despertar a sociedade para a importância de atuar e participar da política. “A política é importante demais para ficar só com os políticos”, explica. “A sociedade tem que participar das decisões, não se omitir, tem que cobrar, atuar, aprender a votar”, completa o jornalista que atua desde 1964 e já trabalhou em vários Estados. De ônibus, de carona, á pé ele chega até as cidades, e também conta com ajuda dos sindicatos que representa as mais diversas classes. De Joaçaba, ele segue a Caçador, Chapecó, volta ao Rio Grande do Sul passando por Passo Fundo e Porto Alegre, depois volta ao estado passando por Florianópolis, vai a São Paulo e segue por Boa Vista, Roraima, Acre, até visitar todos os estados. “Visito os veículos de comunicação da região e também os sindicatos. Tenho no meu arquivo mais de cento e cinquenta reportagens escritas sobre mim. Estas visitas onde conto minhas histórias fazem com que minha jornada se fortaleça”, conta. Esta é sua oitava jornada. Já cruzou a maioria do território nacional contra as privatizações, contra a Alca, o desemprego, os transgênicos. “Meu objetivo agora é visitar todos os estados brasileiros”, diz o jornalista gaúcho que reside em Florianópolis. “Poderia usufruir do meu apartamento que fica a sete quadras da praia. Mas me sinto inútil, me preocupo com a impunidade e é está a minha luta diária. Mostrar a sociedade que o sujeito rouba, fica impune e o dinheiro público simplesmente desaparece”. “O brasileiro vive hoje de uma cesta básica de ilusões, composta de entretenimento – com TVs e futebol, pornografia, livros de autoajuda, jogatina – com as lotéricas, e as religiões que alienam a população”, destaca o jornalista. Outras jornadas Miral foi jornalista por 28 anos, até hoje não se aposentou, mas decidiu em 1992, sair pelo país em campanhas de combate à desigualdade social, ao desemprego, em favor dos aposentados, entre outras bandeiras. Já percorreu mais de 500 cidades e hoje, e aos 71 anos, ainda tem fôlego para a 8ª jornada contra a corrupção e a violência. “Uma pesquisa da Fiesp constatou que R$ 70 bilhões são desviados por ano dos cofres públicos e imagina o que daria para fazer com esse dinheiro. E por isso tenho um slogan: uma jornada para convocar os despertos para uma cruzada contra os espertos”, reflete. “Hoje 150 dias são trabalhados para pagar impostos”. Santos destaca que esta não será sua última jornada. Muitas bandeiras ainda precisam ser defendidas. O jornalista é pai de nove filhos e tem sete netos e diz pensar nas gerações futuras. “A população precisa estar mais consciente de que é preciso dar um basta e para isso é preciso participar mais da política”, destaca. O jornalista também divulga o livro que escreveu onde faz uma relação de citações e frases referentes a temas importantes como cidadania, corrupção, ética, indignação, palavra e outros. São cerca de 500 páginas com o título “Revoludicionário”, no qual utiliza verbetes para trazer reflexões sobre assuntos do cotidiano. “Uso o verbo contra a verba”, explica. Ele disponibiliza seu email: [email protected] para quem tiver interesse em seu material.
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