
O Portal Éder Luiz.com exibe hoje terceira e penúltima parte de uma série de artigos e reportagens sobre a histórica ponte Emílio Baumgart, construída entre os município de Joaçaba e Herval d´Oeste na década de 30. A ponte representou um marco na engenharia mundial pela técnica utilizada em sua construção, o concreto armado. Ela não resistiu a enchente de 1983 e caiu no dia 8 de julho daquele ano. Seus escombros estão até hoje no local em que imponente ficava, a maior parte dentro do Rio do Peixe.
Nesta terceira parte o leitor descobrirá histórias sobre a inauguração da ponte e sobre o começo do que seria sua destruição. O material exibido pelo Portal foi elaborado pelo pesquisador Marckson Theones Kielek, que também separou um vasto acervo em fotos. Este é um resgate histórico dos municípios de Joaçaba e Herval e da região. Uma ponte para ligar a região No dia 24 de Outubro de 1930, foi inaugurada a ponte Herval, que por sua vez, entraria para a história definitivamente como a primeira ponte em concreto armado do mundo, com 68 metros e sem escoramentos. A ponte fez parte do seleto grupo dos livros, artigos, revistas de diversas partes do mundo. Um fato inusitado que aconteceu no dia da inauguração da ponte foi que as autoridades convidadas ao evento não compareceram (prefeitos, coronéis, políticos, entre outros, inclusive o idealizador do projeto, o senhor Emílio Henrique Baumgart), por estarem de “sobre aviso” por causa da Revolução de Trinta. Certamente, dado o envolvimento de Washington Luiz na construção, ele mesmo teria todo interesse em se fazer presente, não fosse a instabilidade política no momento. Durante o mês de Outubro, a situação politica era duvidosa. Havia a revolução em andamento, mas não se sabia como ia acabar se com a vitória ou a derrota dos partidários de Getúlio Vargas. Getúlio Vargas, por sua vez, juntamente com alguns aliados de seu exército não ultrapassaram a cidade de Itararé na divisa entre Paraná e São Paulo, até o final da revolução. Nesse dia, coube aos padres e freiras o privilégio de inaugurar a tão sonhada ponte:todasas pessoas presentes passaram rezando (fazendo uma procissão), por dois motivos: para que, cessasse a Revolução de Trinta; para que através daquela magnífica obra-prima, as pessoas começassem a ter “uma nova vida” e obter grandes sucessos, pois teriam oportunidades de comprar e vender não somente em seu município, mas também nos municípios vizinhos. No dia 24/11/1930, a ponte foi "reinaugurada", desta vez com sobre-carga total. Coincidência ou não, as tropas que participaram da revolução estavam voltando da batalha e retornando para sua cidade de origem, de modo que, alguns representantes do poder militar (coronéis, soldados) participaram dessa reinauguração da ponte. Durante muito tempo, a Ponte Herval foi uma das principais ligações entre os municípios de Herval d´Oeste e Joaçaba e também entre o esquecido oeste ao restante do Estado de Santa Catarina. A ponte foi uma notável obra da engenharia moderna. Seu idealizador destacou-se pela engenhosidade, adaptando-a as características fisiográficas da região, principalmente ao elevado índice pluviométrico que colocava o Rio do Peixe fora de seu leito normal. A construção é um marco da engenharia estrutural por aplicar os princípios de pontes metálicas em concreto armado. A ponte Herval, teve dois momentos distintos na qual sua fama “correu” o Brasil e mundo: o primeiro momento foi através de sua grandeza, imponência, exuberância e recordes; o outro momento foi trágico, no dia 07 de julho de 1983, ocorreu sua queda através da grande enchente ocorrida no vale do Rio do Peixe. Inicialmente, a ponte sobre o Rio do Peixe, era conhecida como ponte do Herval, que teve grande repercussão, por ter sido reconhecida como a primeira ponte com o maior vão livre do mundo, obtendo assim, o recorde mundial. Dois anos após a construção, em 1932, para ser mais exato no dia 23 de maio, a vila Herval como era carinhosamente conhecida, sofreu com uma grande inundação. No dia 28 de Junho de 1939, ocorreu outra grande enchente que amedrontou as famílias que moravam às margens do Rio do Peixe. A ponte Herval foi projetada em um formato de curva, pois, mesmo com a elevação máxima acima do nível normal (onze metros), as águas não conseguiria ultrapassar o limite da ponte.
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