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Venda de drogas dava vida confortável a traficantes

Edélcio Lopes e Veridiane Sander - Diário do Meio Oeste - Especial para o Éder Luiz.

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Antes, eles ostentavam nas colunas sociais e agora aparecem como protagonistas das páginas policiais. Trocaram o couro macio do banco de seus carros de algumas centenas de milhares de reais, pelo piso gelado com colchão fino das celas da Unidade Prisional Avançada(UPA) de Videira e as badaladas reuniões de gente selecionada pelo breu úmido e coletivo da cadeia. Assim cinco jovens, que até semana passada circulavam com pompa e alguma circunstância agora estão presos, acusados de tráfico de drogas. Eles se renderam à marginalidade por conta da ocasião, que muitas vezes também faz o ladrão. Enxergaram na venda de ecstasy uma possibilidade de ganhar dinheiro fácil e embalar ainda mais as baladas que promoviam. Como pano de fundo, acredita a polícia, o objetivo era mesmo o tráfico. E foi por ele que Fernando Dias, Elvis Peretti de Oliveira, Mariléia Peretti de Oliveira, André Zanluchi, o “Chupim” e André Chagas, o “Black”, acabaram detidos no último dia 2. Além deles, um casal, que seria pai e mãe de um dos acusados, também foi interceptado e liberado mais tarde. O enredo, que parece ter sido extraído de algum roteiro policial, é a realidade de uma juventude sem referência, sem valores e disposta ao que for para parecer ser mais e aparecer. Revoga valores e mostra, definitivamente, que ter uma condição social melhor não é chancela para a decência. Coloca, também, numa linha triste e tênue da maledicência, famílias conhecidas, respeitadas e que até bem pouco tempo atrás, não imaginavam enfrentar tal agrura. E promovem, coletivamente, o sentimento de que a droga está, sim, cada vez mais entre nós. O esquema começou a cair depois de meses de investigação da Polícia Civil de Videira, através da Divisão de Investigação Criminal(DIC), em parceria com as polícias de cidades da região. Após a apreensão da droga, eles foram presos por tráfico e associação ao tráfico, por força de mandado de prisão preventiva. Seriam deles, 49 comprimidos de ecstasy que, em princípio sem saber, o casal transportava da cidade de Balneário Camboriú para Videira, onde seria distribuída em uma festa que estaria sendo promovida por dois dos acusados. Segundo a polícia, o esquema funcionava assim: Elvis Peretti intermediava a compra das drogas junto com sua irmã, Mariléia, que mora na cidade de Balneário Comburiu. Ela adquiria a droga de outros traficantes daquele município. André Chagas e André Zanluchi participaram viabilizando o transporte das drogas de Camboriu, até Videira, onde as mesmas então seriam entregues a Elvis e a Fernando Dias, que supostamente faziam a comercialização em festas de música eletrônica nas quais o último atuava domo DJ. O Delegado Regional Ighor Siqueira de Araújo que esteve à frente das investigações conta que essa é a primeira apreensão ecstasy ocorrida no município e segundo as investigações, esse grupo seria o maior responsável pela comercialização deste tipo de drogas na cidade e também em toda a região, incluindo a cidade de Joaçaba, onde residia e onde foi preso Elvis Peretti. Mariléia, mostraram as investigações, também traficava nas cidades de Balneário Camboriú e Itajaí, em festas de eletrônicas. “Apuramos que os comprimidos seriam vendidos numa festa que aconteceu sábado(3). Desta forma, mais uma vez percebe-se que essas festas possuem como pano de fundo a comercialização de drogas sintéticas e estas vendas, na maioria das vezes, são efetivadas pelos próprios organizadores, no intuito da maior obtenção de lucros”, esclareceu o delegado, garantindo ainda que as investigações terão continuidade. Os mandados de prisões foram efetuados em quatro cidades diferentes. Dias e Chupim foram presos em Videira. Mariléia, em Balneário Camburiu, Black em Itajaí e Elvis em Joaçaba. Todos foram encaminhados à Unidade Prisional Avançada (UPA) de Videira. “Há meses trabalhamos nesse caso. Fomos juntando as peças e, em razão do número de provas que conseguimos, foram expedidos os mandados de prisão dos suspeitos”, explica o delegado regional. As investigações mostraram que os jovens não vendiam essas drogas pelo dinheiro e sim pelo poder de autoafirmação dentro do ciclo de amizades, o que para a polícia é ainda mais grave. O crime de tráfico é considerado hediondo, por isso no final das investigações e de todo o processo, a prática pode custar caro para os acusados, explica Araújo. “Fazia tempo que eles praticavam esse crime. Tanto, que a carteira de clientes deles já era bem definida e toda a droga apreendida já tinha destino certo”, disse. O delegado informa que as investigações continuam e que novas prisões poderão ser feitas nos próximos dias. Informações mostraram que cada comprimido era comercializado de acordo com a pessoa. A venda era feita em um circulo de amizades, com preço que variava de R$ 35,00 a R$ 50,00. Segundo o delegado, o trabalho de elucidação de um caso como esse só prosperou graças às parcerias na Policia Civil. Nesse episódio estiveram envolvidos a Delegacia de Proteção ao Adolescente, Mulher a ao Idoso (DPCAMI) Videira, DPCO VIDEIRA, DPMU Monte Carlo e da Polícia Civil da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Joaçaba.


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