Vó Nair uma poetisa aos 85 anos
Simpática e falante, assim é dona Nair Borba Duarte, ou como gosta de ser chamada, Vó Nair.
Simpática e falante, assim é dona Nair Borba Duarte, ou como gosta de ser chamada, Vó Nair. Tem 85 anos, e muito bem vividos segundo ela. Vó Nair é natural de Osório no Rio Grande do Sul, mora há 40 aos em Campos Novos. Vó Nair, tem uma filha e um filho, além de quatro netos e uma bisneta de 16 anos.
Há cerca de 11 anos Vó Nair foi internada no Hospital São Roque de Luzerna pela primeira vez para realizar um processo de desintoxicação, já que era dependente de remédios indutores do sono.
“Usei esses medicamentos por 18 anos, e não faziam mais efeitos, com 15 dias de internamento deixei os remédios”, explica. Mas Vó Nair retornou ao hospital, desta vez, para o tratamento de um enfisema pulmonar. Ela está internada há 7 meses e utiliza a poesia como passatempo, assim como seus trabalhos de artesanato em panos de rosto, banho, entre outros. “Estou internada desde o mês de outubro. Já que “comprei” esse enfisema pulmonar. Digo comprei, porque todo dia fumava três carteiras por dia”, explica.
Segundo Vó Nair, em casa o tratamento não seria igual. “Tive a opção de ser tratada em casa, mas optei por ficar no Hospital. Que possui uma equipe que tenho como minha família. Considero desde a recepção até o caseiro como meus familiares”, diz. “Não encontrei nos meus 85 anos de idade, pessoas com tanta bondade e carinho como encontrei aqui”.
E como a poesia entrou na vida desta senhora? Segundo Vó Nair desde menina a poesia é sua paixão. “Sempre gostei de poesias, e escrevia muito. Tenho apenas até a 8ª série, terminada em 1942, ano em que perdi minha mãe. Por isso fiz essa homenagem, em forma de poesia, para minha mãe Emilia, e para todas as mães”.
Meu Grito
Nair Borba Duarte
Volta novamente a este mundo
Talvez nem seja necessário acordar
Mesmo que seja preciso ir bem fundo
Contigo a felicidade encontrar
Deixa que durma em paz alguém diz
Que somente de mim se recorde
Que seja imensamente feliz
Que deste sonho bom não se acorde
Mesmo em sonho, que seja bem lindo
Se por ventura estiveres me ouvindo
Talvez a mesma saudade, estejas sentindo
Rasga este céu azul e infinito
Mãe querida, escuta o meu grito
Volta ao mundo, outra vez, te suplico
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