Você sabe pedir vinho no restaurante?
Por Rodrigo Leitão Ir a um restaurante, consumir vinho ou qualquer outro tipo de bebida, é como ir ao shopping fazer compras.
Por Rodrigo Leitão
Ir a um restaurante, consumir vinho ou qualquer outro tipo de bebida, é como ir ao shopping fazer compras. Você quer uma camisa, você busca lojas que te ofereçam bons produtos, bom serviço e bons preços. A mesma coisa deve ocorrer na escolha do restaurante e, estando lá, do vinho. Se você decide ir a um restaurante de massas é porque você quer comer massa, se é de carne, a mesma coisa. Então, se você chega no restaurante, sabe qual é a especialidade dele, você já tem em mente o que vai pedir, aí fica fácil, você sabe o que vai comer, então pede o vinho antes. Se você está na dúvida do que escolher, só peça o vinho depois que fizer o pedido da comida.
A lógica deste procedimento é não errar na escolha do vinho. Se você vai comer massa com frutos do mar, o vinho deve ser branco ou rosé, ou um espumante. Se você vai comer carne, o vinho tem de ser tinto. Então, na média, você já sabe mais ou menos o vinho que vai pedir e aí poderá saborear o vinho até que o prato chegue. A dica, nesse caso, é se você estiver acompanhado de mais 3 pessoas, peça um espumante ou um bom vinho branco de entrada para iniciar os trabalhos. Aí você vai ter calma e tempo para definir o pedido e o vinho que vai acompanhá-lo na refeição.
Neste vinho inicial, se você não quiser espumante, vá de vinho branco ou rosé que não sejam gastronômicos. Por exemplo, chardonnay que tenha passado por madeira, característica marcante dos vinhos chilenos e argentinos, não é uma boa pedida para entrada, para happy hour ou para boas vindas em restaurante ou qualquer outra situação. O chardonnay amadeirado é um vinho gastronômico que vai acompanhar bem os peixes cozidos, os peixes gordos grelhados e os frutos do mar cozidos. No caso dos vinhos para acompanhar a conversa na chegada ao restaurante, os mais indicados são os sauvignon blanc, torrontés e os chardonnay sem passagem por barrica.
Mas como fazer essa diferença, se isso não está escrito na carta de vinhos? Pela região produtora. A maioria dos chardonnays brasileiros não passa por madeira. Em Santa Catarina, Villaggio Grando (de Água Doce) e Santa Augusta (de Videira) são ótimos produtores destes vinhos, inclusive com premiação no exterior. Na Nova Zelândia, África do Sul, alguns australianos e principalmente os chablis (França), não passam por madeira, são vinhos mais frescos, mais ácidos e mais leves, que vão acompanhar bem a conversa e as saladas de entrada. Mas se você ficar na dúvida, espumante brut é o maior coringa entre os vinhos. Acompanha qualquer prato, do peixe grelhado à picanha.
Caso não queira pedir a garrafa, pergunte se a casa serve vinho na taça. Mas aí você vai ter um problema! A maioria das casas, cerca de 90% dos bares e restaurantes, padronizam os vinhos que serão vendidos em taça e aí você fica refém do chardonnay e do cabernet sauvignon, que são a média deste serviço. A não ser que a casa ofereça abrir uma garrafa do vinho escolhido e te sirva a taça sem cobrar nada a mais por isso, o que é raríssimo no Brasil. Aqui, somente restaurantes em que os donos são verdadeiros conhecedores de vinhos e sabem que essa bebida é valor agregado e não opção de lucro fácil é que abrem uma garrafa e servem a taça sem incluir uns 100% de lucro sobre o lucro já calculado e cobrado normalmente.
Mas se você conseguir um "milagre", peça espumante ou um vinho branco ou um rosé de entrada, depois, quando o pedido chegar, peça a taça do vinho correspondente. E olha que ainda tem restaurante que serve taça de Porto, de colheita tardia, de vinho licoroso…
Uma boa dica é sempre saber se a casa serve vinho na taça. Esse serviço começa a ficar comum no Brasil e se pegar vai ser bom pra todo mundo.
Outra alternativa para não errar na escolha do vinho é frequentar restaurantes que ofereçam cardápio harmonizado. Alguns restaurantes fazem isso. São cardápios com a indicação do vinho para acompanhar o prato feita pelo sommelier. Você pode pedir entrada, prato principal e sobremesa e o menu vir todo harmonizado, com um vinho específico para cada prato, tanto na taça, quanto na garrafa. A diferença é que se você for pedir a garrafa, todo mundo vai ter de comer o mesmo prato ou opções muito parecidas. Por exemplo, espumante na entrada, vinho tinto com carne no prato principal. Já a sobremesa pode variar sobre o mesmo vinho de sobremesa.
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