Sensação térmica: entenda como funciona e os impactos do calor extremo no corpo
Com temperaturas elevadas no Sul e Sudeste, o calor sentido pode ser ainda maior do que o indicado nos termômetros.
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Nos últimos dias, a onda de calor tem feito os termômetros dispararem em diversas cidades do Brasil. No Sul, as temperaturas chegaram a 43°C, enquanto em outras regiões foram registradas máximas de 37°C. No entanto, a sensação térmica pode ser ainda mais intensa do que os números apontam – e isso ocorre devido a fatores como umidade do ar e vento.
O que é sensação térmica?
A sensação térmica é a temperatura percebida pelo corpo humano, que pode diferir da temperatura registrada oficialmente. Esse efeito ocorre porque a umidade do ar e outros fatores influenciam a forma como nosso organismo regula o calor.
Quando o ar está quente e úmido, o suor não evapora de maneira eficiente, dificultando o resfriamento natural do corpo e intensificando a percepção do calor. Para ilustrar, basta lembrar da sensação ao sair de um banho quente em um banheiro cheio de vapor: o corpo demora mais para se refrescar devido à umidade elevada.
Por outro lado, o vento pode reduzir a sensação térmica ao acelerar a evaporação do suor e facilitar a dissipação do calor. Assim, em dias muito quentes e sem vento, a sensação de abafamento é ainda maior.
Como o calor afeta o corpo?
A exposição prolongada a temperaturas elevadas pode colocar o organismo sob estresse térmico. Quando a temperatura corporal ultrapassa 40°C, a situação se torna perigosa e pode levar a complicações graves. O calor excessivo provoca uma série de reações no corpo:
- Dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando a liberação de calor e deixando a pele avermelhada.
- Aumento da transpiração, mecanismo que auxilia na regulação térmica, mas pode levar à perda de minerais essenciais, causando câimbras.
- Desidratação, que pode comprometer a capacidade de concentração e o tempo de reação.
- Queda na pressão arterial, o que pode provocar fraqueza, tontura e desmaios.
- Baixa oxigenação cerebral, aumentando o risco de convulsões em casos mais graves.
Quem sofre mais com o calor?
A sensação térmica não afeta todas as pessoas da mesma forma. Trabalhadores que atuam ao ar livre, como policiais, garis e operários da construção civil, estão mais expostos do que aqueles que trabalham em ambientes climatizados. Quem utiliza transporte público também enfrenta um calor maior do que quem se locomove de carro com ar-condicionado.
Nos próximos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de risco para temperaturas elevadas no Rio Grande do Sul. A recomendação é evitar a exposição direta ao sol, principalmente nos horários de pico, e reduzir atividades físicas ao ar livre.
O impacto do calor em 2024
O ano de 2024 já entrou para a história como o mais quente registrado no Brasil. Segundo um levantamento do g1, cerca de 6 milhões de pessoas enfrentaram calor extremo por pelo menos cinco meses seguidos. Em algumas regiões, as temperaturas máximas ficaram até 6°C acima da média.
Embora as estatísticas oficiais apontem que, na última década, cerca de 60 pessoas tenham morrido em decorrência do calor no Brasil, especialistas alertam que esse número pode estar subestimado. Isso ocorre porque não há um mecanismo específico para monitorar mortes relacionadas a temperaturas extremas.
Diante desse cenário, é essencial adotar medidas para reduzir os impactos do calor intenso, garantindo hidratação adequada e evitando a exposição excessiva ao sol para preservar a saúde.
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